Terça, 12 de Agosto de 2025
A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) divulgou um documento nesta segunda-feira (11) mostrando que o setor busca se posicionar como "parte fundamental" da solução para a crise climática na 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30). O evento será realizado em novembro, em Belém, no Pará.
"O agronegócio brasileiro tem um papel crucial nesta agenda global, especialmente em relação à COP30. Para além de ser um setor particularmente vulnerável aos impactos das mudanças climáticas, a cadeia produtiva do agro se posiciona como parte fundamental da solução, com grande potencial para mitigar emissões e promover a segurança alimentar", afirma o texto intitulado Agronegócio Frente às Mudanças Climáticas - Posicionamento do Setor para a COP30.
Segundo o documento, para que o agronegócio contribua efetivamente com as soluções, é crucial a implementação de práticas agrícolas inovadoras e adaptadas à realidade tropical brasileira, como o uso eficiente dos recursos naturais, o cultivo de variedades tolerantes a estresses climáticos e o manejo sustentável do solo.
O texto ressalta que, para viabilizar essas práticas, é essencial destravar o financiamento para o setor, "por meio de critérios objetivos e transparentes, que incentivem a adoção de tecnologias e práticas sustentáveis".
O documento também destaca a importância da "tropicalização" das métricas e metodologias do mercado de carbono, adaptando-as à realidade brasileira e garantindo a credibilidade internacional dos projetos brasileiros.
"A COP30 representa uma oportunidade única para o Brasil se posicionar como liderança global em agricultura de baixo carbono, demonstrando ao mundo o seu potencial para gerar créditos íntegros e atrair investimentos para o setor. Para isso, é fundamental que o país apresente resultados concretos em regulamentações, tecnologias, metodologias e sistemas de registro, prontos para serem debatidos e percebidos internacionalmente".
Relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU) têm criticado o modelo de agronegócio praticado no Brasil.
As principais críticas incluem a produção em larga escala que impulsiona emissões de gases de efeito estufa e causa redução da biodiversidade, emissão de metano relacionada à criação de animais e desmatamento.
O IPCC aponta que adaptações agrícolas, como o uso intensivo da irrigação, podem gerar efeitos negativos na biodiversidade, na disponibilidade de água, salinização dos solos e perda de meios de subsistência, principalmente de pequenos produtores.